30/08/2016

TRIBUTO AO AMIGO ELMO RAMPINI DE SOUZA

E lá se foi o amigo Elmo deixando uma enorme tristeza entre aqueles que tiveram o privilegio de conhecê-lo e desfrutar de sua convivência e uma frustração entre os que não tiveram a oportunidade de conhecer um homem digno, generoso e sábio. Poucos tiveram uma vida de tanta dedicação à profissão como você, grande amigo, o que só não foi maior do que a dedicada à família e aos amigos. Dos profissionais deste país dedicados a lida da inspeção e da tecnologia de carnes, não existe quem não o tenha como referência e absorvido parte dos seus vastos conhecimentos quer como aluno quer em consulta a sua obra. Fui seu colega no Ministério da Agricultura, aluno no mestrado, parceiro na atividade de ensino e principalmente considerado amigo, condição que como um discípulo de sacerdócio mais cultuei. Não conheço alguém que não o respeitasse como profissional e não o admirasse como ser humano duro nas horas que devia ser, mas, lembrando aquela frase famosa, sem jamais perder a ternura. Entretanto mesmo as pessoas diferenciadas um dia são chamadas por alguém ou para outro lugar e este dia infelizmente chegou.
Certamente você já esta ensinando aos anjos que o batimento das asas se dá por contração e relaxamento muscular influenciado pelas pontes de actina e miosina no sarcômero. Já deve ter comentado com São Pedro que as nuvens estão com excesso de água e isto pode ser considerado como fraude prevista no RIISPOA celeste. Já deve estar estudando uma maneira de produzir hóstias a partir da substancia proteica de alguma estrela a sua volta, para evitar que ela tenha excesso de amido e já pensando como aproveitar o calor do sol para produzir um bom charque de matéria prima colhida de algum asteroide solitário.
A bem da verdade ao olhar para baixo iras descobrir que o excesso de água das nuvens não é intencional de São Pedro para fraudar, mas sim a evaporação das lágrimas dos que aqui ficaram por não se conformarem com a sua ida prematura. Você nos deixou órfãos de sabedoria, mas esperançosos de que continues a cuidar de todos como sempre fez.
É bem provável que tenhas encontrado o nosso amigo Zander que ao ver a sua fabricação de hóstia e de charque sem inspeção já tenha exigido do nosso outro amigo Eduardo, chefe da fiscalização de produtos celestes, que tome providencias frente a esta produção clandestina, sempre com o intuito de mexer contigo para que soltes um xingamento e ao final te abraçar e saudá-lo com afeto, sob os olhares de aprovação do Prof.Pardi.
Pois é meu amigo, sentirei muito a sua falta, seus conselhos, ensinamentos e principalmente daquele Ró, de Rosita, efusivo ao dizer “prepara um empadão que o Magioli vem almoçar aqui em casa hoje”. Não poderei mais saborear aquelas nossas conversas deliciosas, criticas a situação atual dos serviços de inspeção, elogios aos colegas que se destacam na profissão e as desinteressadas a divagar sobre assuntos os mais diversos em que sempre me deliciava e aprendia algo de novo.
Que de onde estiveres possas estar certo de teres cumprido o seu dever de homem, de esposo, pai, avô, amigo e de profissional sobre quem nunca se ouviu qualquer palavra de desabono.
Despeço-me de você com uma frase cujo autor desconheço que diz que “quando nascestes todos riam só tu choravas, vivestes de tal forma que ao morreres todos choravam e tu eras o único a sorrir”. Vai com Deus meu amigo e que continues a desfrutar das venturas que cultivastes aqui na terra. 
Carlos Alberto Magioli.

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