Há dois anos, Tina, 10, a cadela chow chow de Mike Otworth, recebeu diagnóstico de linfoma. O câncer linfático, comum em cães mais velhos, pode ser tratado com quimioterapia, mas quase sempre os tumores reaparecem e os animais morrem.
Otworth, que mora na Flórida (EUA), testou uma nova opção. Ele levou Tina à Universidade Estadual da Carolina Norte, onde ela foi um dos primeiros cães a receber transplante de medula óssea.
Com equipamentos doados pela Clínica Mayo, o médico Steven Suter -que implantou a Unidade de Transplante de Medula Óssea Canina da universidade, em 2009- colheu células-tronco saudáveis no sangue de Tina e transplantou-as na medula da cadela, Depois de duas semanas de tratamento e uma conta de US$ 15 mil, Tina voltou à Flórida curada do câncer.
Cachorros mais velhos, como Tina, estão sendo beneficiados com os avanços da medicina veterinária.
Cânceres, desordens urológicas, problemas articulares e até demência canina podem agora ser diagnosticados e tratados com as novas tecnologias de imagem, drogas mais eficazes, técnicas cirúrgicas e abordagens holísticas como acupuntura.
O Centro Médico de Animais, em Nova York, criou há dois anos uma clínica para atender à crescente demanda por cirurgias pouco invasivas. No ano passado, foram implantados 630 stents.
NOVA TECNOLOGIA
Patti e Dave Halberslaben, de Madison (Wisconsin), recentemente gastaram US$ 10 mil para tratar Chip, uma poodle-maltês de 12 anos, de um tumor cerebral que não podia ser operado. Boa parte do gasto foi nas três sequências de radioterapia na Universidade de Wisconsin, onde 118 cães e gatos foram tratados no ano passado com um sofisticado aparelho de radiação guiada por imagem chamado TomoTherapy.
O aparelho pode transmitir radiação de qualquer ângulo e divide cada onda em milhares de raios menores, que são dirigidos ao tumor e não atingem tecido saudável.
Os avanços não são apenas em equipamentos. A empresa farmacêutica Merial, em colaboração com o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York, desenvolveu o Oncept, uma vacina baseada no DNA para melanoma oral, um câncer comum em cachorros.
A droga, que foi aprovada pelo Departamento de Agricultura dos EUA, evita que o câncer se espalhe pelo pulmão após a radioterapia, um efeito colateral comum do tratamento.
No Centro Médico de Animais de Manhattan, Chick Weisse começou a administrar quimioterapia por meio das artérias diretamente nos tumores, permitindo o uso de doses até 50 vezes maiores que as usuais.
Ele agora está fazendo experiências com quimioembolização, injetando medicamentos nas artérias em pequenas cápsulas que impedem que as drogas entrem no sistema venoso e se espalhem por todo o corpo do animal.