"A história da moderna medicina veterinária no Brasil se confunde um pouco com a história pessoal de Aristeu Pessanha Gonçalves, atual presidente da Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro. Clínico desde os tempos em que ser veterinário era cuidar "até da sogra do fazendeiro", como bem humorado gosta de contar, Dr. Aristeu persegue desde que ajudou a fundar a Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, a valorização e o reconhecimento das especialidades médicas voltadas aos animais de companhia.
-Hoje falamos de animais de produção, de animais exóticos e de animais de companhia. Esses, diferente do que foi no passado, são de fato membros da família. Poucos são os profissionais que perceberam e tiraram proveito disso, comenta lamentando que apesar do desenvolvimento científico alcançado pela veterinária, ainda existem profissionais achando "que animal não sente dor".
Dr. Aristeu conta que em 1973 um grupo de profissionais visionários acreditou que era preciso distinguir os veterinários das fazendas daqueles que atuavam nos ambientes urbanos: "Acreditávamos que o clínico tinha por obrigação social promover o bem estar da saúde dos homens e dos animais" resume.
Fundada a Anclivepa-RJ "que pretensiosamente chamávamos de Nacional", partimos para a realização do 1º Congresso Brasileiro de Clínicos de Pequenos Animais. Tínhamos um único patrocinador para o evento no Hotel Glória, o segundo mais famoso do Rio em 1977. Reunimos 108 profissionais diante de dois americanos especialmente convidados como palestrantes. Dr. Aristeu faz uma pausa, franze o rosto e lembra: "Roberto Kirk e Jean Hattoau".
O evento chamou a atenção dos profissionais dedicados aos animais de companhia e logo em seguida começaram a surgir outras agremiações semelhantes. São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul e mais tarde, norte e nordeste.
Atualmente Dr. Aristeu se dedica de corpo e alma à Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro e está junto à SPMV, desenvolvendo a similar paulista. Quem não tem passado não tem futuro, garante ele seguro de que mais uma vez terá de ser pioneiro em iniciativas que vão valorizar a profissão que ele escolheu para a própria vida. "precisamos sempre ressaltar a enorme contribuição da ciência veterinária ao mundo principalmente na área da alimentação, da saúde pública, meio ambiente, bem estar do ser humano e animal. Todas as doenças que acometem os animais, que podem afetar o ser humano possuem cura ou vacinas. Aquelas que acometem somente aos homens, essas são mais difíceis de serem diagnosticadas e tratadas. Se não mostrarmos nosso valor à sociedade estaremos sendo omissos com o nosso futuro".
Fonte: Jornal do Congresso - Ano 08 - nº 26
10º Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais
8º Congresso Paulista de Medicina Veterinária